terça-feira, 6 de março de 2012

Quem ama Literatura não estuda Literatura


Com a fala pausada, Joel Rufino dos Santos começa a explicar seu mais recente livro, Quem ama Literatura não estuda Literatura. Professor aposentado pela Faculdade de Letras da UFRJ, Joel conta que a obra, pautada em sua experiência pessoal como docente universitário, pretende lançar um olhar crítico sobre o ensino de Literatura no país.

Amante de títulos provocativos, o professor, autor de livros como Quando voltei, tive uma surpresa e O soldado que não era, censura o distanciamento existente entre os assuntos abordados pelos cursos de Letras e os gostos individuais dos alunos. Para Joel, ao ignorar autores e narrativas literárias populares, a universidade acaba por apartar os jovens estudantes de sua realidade, gerando desestímulo entre eles.

Entusiasta da inserção do estudo de telenovelas, das histórias em quadrinhos e do cordel nas ementas dos cursos, o historiador e romancista acredita que a desigualdade social verificada na sociedade brasileira resvala também para a Literatura. “Essa desigualdade se reflete também na vida intelectual, e, portanto, na produção literária e no ensino de Literatura”, afirma.

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