Cecília
Meireles recebeu uma homenagem do Doodle nesta sexta-feira (7)..
A imagem
comemora o 113º aniversário da escritora carioca. Cecília foi poetisa, pintora,
professora e jornalista brasileira, além de ter sido considerada uma das vozes
líricas mais importantes da língua portuguesa. A imagem do Doodle mostra
Cecilia escrevendo sob a luz do luar.
Autora de
obras consagradas, como “Ou isto ou aquilo” e “Romanceiro da
Inconfidência”, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de
novembro de 1901, no bairro da Tijuca. Filha dos portugueses Carlos Alberto de
Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e Matilde Benevides
Meireles, professora, a escritora carioca ficou órfã muito cedo. Seu pai
faleceu três meses antes de seu nascimento, e sua mãe quando ela tinha só três
anos de idade. Por isso, foi criada pela avó, Jacinta Garcia Benevides.
Casada
duas vezes, em 1922 com o pintor português Fernando Correia Dias, que veio a se
suicidar em 1935, e em 1940 com o professor e engenheiro agrônomo Heitor
Vinicius da Silveira Grilo, Cecília teve três filhas: Maria Elvira, Maria
Mathilde e Maria Fernanda, além de cinco netos. Faleceu aos 63 anos, de câncer,
em 9 de novembro de 1964.
Talento de infância
Seu
talento para a escrita vem da infância. Aos nove anos, começou a escrever
poesia. Completou o curso primário em 1910 recebendo uma medalha de ouro por
“distinção e louvor”. Em 1917, com apenas 16 anos, formou-se no Curso Normal do
Instituto de Educação do Rio de Janeiro e passou a exercer o magistério no
estado do Rio de Janeiro.
Aos 18,
publicou o seu primeiro livro de sonetos, Espectros. E logo fez sucesso por ser
uma escritora atemporal. Ou seja, tinha a influência do Modernismo da sua
época, mas apresentava também técnicas do Simbolismo, Classicismo, Gongorismo,
Romantismo, Panasianismo, Realismo e Surrealismo. Depois, vieram, em 1923, “Nunca
mais… e Poema dos Poemas” e “Baladas para El-Rei”, em 1925.
Entre aulas e poemas, Cecília ainda arrumou tempo para trabalhar
como jornalista, de 1930 a 1931, no Diário de Notícias, com uma página diária
sobre educação. Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de
Janeiro, em Botafogo. De 1935 a 1938, virou professora universitária na antiga
Universidade do Distrito Federal, hoje UFRJ. No mesmo período, colaborou
ativamente no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
Mas foi em 1939, quando lançou “Viagem”, que ganhou ainda mais reconhecimento.
Recebeu o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras. Nos
anos seguintes, fez diversas viagens pelo mundo, fazendo conferências sobre
Literatura, Educação e Folclore. Na década de 40, lançou seis publicações. Já
nos anos 1950, foram 15, incluindo o clássico “Romanceiro da Inconfidência”. Ao
todo, mais de 50 obras, entre textos e poesias, foram publicadas pela
escritora.
Seu reconhecimento é internacional. Cecília é Sócia honorária do Real Gabinete
Português de Leitura, Sócia honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa), Doutora
“honoris causa” pela Universidade de Delhi (Índia) e Oficial da Ordem do Mérito
(Chile). Na cidade chilena de Valparaíso, tem até uma biblioteca com seu nome.
Em Portugal, nos Açores e em Lisboa, há ruas com seu nome.
Legado internacional
Suas obras
foram traduzidas para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro,
hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo,
Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat,
Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner.
As homenagens
No
entanto, seu legado é eterno na literatura brasileira. Prova disso é que não
faltaram homenagens a ela. Em 1964 mesmo, ganhou o Prêmio Jabuti, concedido
pela Câmara Brasileira do Livro. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Machado de
Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Em
1974, seu nome foi dado a Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove
de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP). Em 1989, uma cédula de
cruzados novos com a sua efígie foi feita em sua homenagem. Também em São
Paulo, a Biblioteca Infanto-Juvenil, no bairro Alto da Lapa, homenageou a
escritora.
Em 2001, o Governo Federal instituiu, por
decreto, o ano da Literatura Brasileira. Tal ano foi escolhido por comemorar o
sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de
nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.
Fonte: Techtudo
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